quinta-feira, março 19, 2015

OPINIÃO: UM MORO, EM CADA CANTO DESTE PAÍS

Responsável pelo megaesquema de corrupção na Petrobras, o juiz federal Sergio Moro, autorizou 161 mandados de busca e apreensão, decretou a prisão de sessenta pessoas e determinou o bloqueio de 200 milhões de reais em contas bancárias suspeitas.
Ouve tentativas de tirá-lo do caso, e os interessados percorreram todas as instâncias do Judiciário alegando que as prisões dos suspeitos eram abusivas.
Para Moro, “a corrupção tende a espalhar-se enquanto não encontrar barreiras eficazes. Que o político em relação ao cidadão honesto, pode contar com recursos que este não tem”.
O que o juiz federal quis mencionar principalmente nas aspas acima, é que não são raros e nem exceções, que representantes da justiça compactuam com as manobras políticas, o que tem estimulado atos de corrupção e os ataques de proporções incomensuráveis, a exemplo do escândalo da Petrobras, aos recursos públicos.

É de praxe nas maiorias das cidades brasileiras, as interioranas principalmente, o prefeito ser a própria lei. Manda em delegado, juiz, promotor e todos são obedientes aos comandos do poder executivo. Oposição fica neutralizada, a mídia é controlada para fazer a propaganda oficial e maquiada, desmandos acontecem e não existe punição, fiscalização. É o verdadeiro terreno fértil para a disseminação da corrupção e como ostentar, não é prova de crime neste país, os políticos fazem a festa. Quem é honesto vira um tremendo idiota, sem direito a lei, só deve cumprir as regras de quem manda.
Parece mais não é, viu?
Lendo o texto intitulado “Os Gomes de Sobral”, em que eles podem estufar o peito e dizer “o Ceará é nosso”, chegamos aqui em Pernambuco, comandado pelos Campos usando o mesmo método do coronelismo moderno e eletrônico. Vamos até o Maranhão, dominado pelos Sarney, o Pará pelos Barbalhos, Alagoas pelos Mellos e Calheiros, e tudo isso, por falta de um Moro, para frear esses que provam que sob a tutela deles, a sociedade fica mais fragilizada, e eles sempre tendo as suas mãos o poder, para sempre dar as cartas e submeter os cidadãos aos seus comandos, vão controlar tudo e todos. Isso também gera mais corrupção. Porque cidadão escravo tem medo de cobrar, denunciar. Ele encontra como saída aliar-se, para que a velha prática do “se não pode com o inimigo, alie-se a ele”, prevaleça e a obediência cega, sirva de mais um elo para ser ter vergonha de ser honesto.
Fiz a comparação, apenas para tentar retratar um pouco da justiça do nosso país, e de maneira alguma quero fazer de Moro uma estrela para não queimar a minha língua. Mas tenho esperanças de que com atitudes isoladas e vista pela uma complexidade dos fatos, o nosso Brasil um dia tenha jeito.
Quantos “Moro” este país precisa?


Eu digo sem medo de errar: de 203 milhões.


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